quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Ensaio sobre a loucura- Parte Final


"A verdadeira loucura talvez não seja mais do que a própria sabedoria que, cansada de descobrir as vergonhas do mundo, tomou a inteligente resolução de enlouquecer". (Heine)



No dicionário Aurélio, loucura é definida como "falta de discernimento; irreflexão; absurdo; insensatez ". Contudo, mais importante talvez do que saber uma mera definição é entender o porquê desse assunto sempre ter despertado o interesse e a curiosidade de inúmeros escritores e filósofos.
Já no século XIX, Machado de Assis mostrava um peculiar gosto pelo assunto. No conto "O alienista", o autor - por meio do protagonista Simão Bacamarte- inicia um estudo sobre a loucura e seus graus. Em outra obra concomitante, Machado aborda mais uma vez o tema no consagrado "Memórias Póstumas de Brás Cubas". O interesse pelo assunto rendeu até ao escritor alcunhas de "bruxo" e "louco".
Outro pensador que também faz uma interessante abordagem sobre o tema é Nietzsche. O filósofo afirmava a existência de um "ponto de loucura" que anima o intelecto. Tais palavras, à primeira vista, podem ser de difícil compreensão, mas se refletirmos bem sobre o assunto veremos que ele tem um certo grau de verdade. Talvez o que mais nos encante em uma pessoa seja o poder  dessa de  surpreender, sua imprevisibilidade. Quando todos menos esperam, uma surpresa pode ser algo agradável. Uma festa com os amigos quando não se espera, uma inusitada cobrança de pênalti ou ainda uma ligação para alegrar o dia. Quem não gosta?
Assim, nem toda loucura é algo prejudicial. Às vezes, sair de nossa zona de conforto, botar nossa cara para bater e ousar também podem ser interessantes. Afinal, uma outra definição para a loucura também pode ser encontrada no mesmo dicionário Aurélio: "tudo que foge às normas, que é fora do comum" .
Desta forma, o que você está esperando? Liberte-se de suas amarras. Enlouqueça!

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Ensaio sobre a loucura- Parte I- Reedição

"Dizem que sou louco por pensar assim
Se eu sou muito louco por eu ser feliz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz" (Rita Lee e Arnaldo Baptista)

As diferentes formas de pensar e agir do ser humano vêm sendo objeto de estudo de muitos sociólogos. Esses, por sua vez, acreditam que essa distinção pode esta ligada às raízes culturais de um povo. Todavia, há quem não compartilhe dessa opinião e ache que fugir aos padrões da sociedade seja um possível sinal de loucura.

As discussões sobre normalidade/anormalidade decorrem, muitas vezes, da dificuldade em se estabelecer um conceito sobre o que é ser normal. Cada pessoa tem um diferente ponto de vista acerca da questão. Essa opinião tem como base, muitas vezes, o contexto político do local onde se vive ou ainda os costumes de uma região. Em sua obra mais famosa, Miguel de Cervantes - por exemplo- surpreendeu o mundo ao tornar Dom Quixote (um protagonista de contos medievais) em um cavaleiro fraco e ingênuo. Surgiram, então, muitos críticos que logo associaram a imagem do personagem à loucura.

Outro hábito comum na sociedade é ver com preconceito os costumes de um povo, sempre julgando-os inferiores. Muitos no ocidente olham com estranheza a religião islâmica - por exemplo - principalmente ao verem mulheres vestidas de burcas. Esquecem-se de que essas mulheres também podem achar distinto o jeito ocidental de se vestir. Nesse ponto, o sociólogo português Boaventura Santos tem uma interessante frase que resume, basicamente, esse pensamento: "Temos o direito de sermos iguais quando a diferença nos inferioriza e queremos ser diferentes quando a igualdade nos descaracteriza".

Assim, não se pode atribuir uma única definição para o que é ser normal. A normalidade não é como os trilhos do bonde, que só tem um caminho, previamente estabelecido. Há diferentes formas de se manifestar e nenhuma delas deve ser vista com preconceito. Loucura é, na verdade, acreditar que somos todos iguais.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

No retrovisor (2010)

"O que foi prometido é o que se escondeu E o que foi prometido Ninguém prometeu nem foi tempo perdido Somos tão jovens" (Renato Russo) 

Não, esse não é mais um texto que se propõe a fazer uma retrospectiva do ano de 2010 a partir de seus principais acontecimentos. Já estou farta desses. Deixo para os jornais e revistas essa tarefa.
Pretendo compartilhar as minhas experiências no ano de 2010. Certamente, um dos anos mais importantes e "loco" da minha vida.
O ano começa oficialmente no dia 1° de janeiro. Mas meu 2009 se estendeu por 2010. Lembro que enquanto todos saudavam o novo ano que estava por vir, eu ainda me preocupava com as provas dos vestibulares, particularmente os da UFRJ, que foram realizadas no início de janeiro. Quando essas terminaram, aí sim eu estava oficialmente de férias.
Mas entre a realização e a divulgação dos resultados houve um grande hiato. Tão grande que permitiu que eu não soubesse até maio  o que ia fazer da minha vida. Fiquei pulando de universidade em universidade (FACHA, PUC, UFF...). Até cheguei a cursar um mês na PUC. Foi quando - finalmente- o resultado da UFRJ saiu. E com ele tive que admitir a minha preferência por onde estudar, opinião que nunca tive coragem de admitir por medo de não passar.
Após merecidas férias e alguns trabalhos voluntários, um novo horizonte se abria e um dos meus sonhos se realizava.
A UFRJ, apesar de todos os seus problemas de infraestrutura, é fantástica. Graças à ela, pude conhecer novas pessoas, completamente diferentes de mim e que me ensinaram muito. Saí daquele "círculo da zona sul" que me incomodava um pouco para conhecer gente do país inteiro. Todas essas experiências fizeram com que eu mudasse também. Hoje a minha timidez já melhorou bastante e o meu exílio vem sendo desfeito aos poucos.
Tive ainda a oportunidade de ter o meu primeiro estágio, ainda que tenha sido breve.
Agradeço a todos que me ajudaram nessa nova fase de adaptação e aqueles poucos que continuam comigo desde o início. Deixei de ser mais uma e assumi uma identidade própria.
A todos vocês, meu muito obrigado! 






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Olá
Esse blog é uma ideia antiga que passou a ganhar forma com o passar do período na faculdade. A ânsia por escrever é algo que me incomodava. Não tinha mais tempo para fazer aquelas tradicionais redações escolares ou escrever qualquer outra coisa. Ideias sempre surgiam, mas faltava tranformá-las de "rascunhos em arte final."
De início, o meu pensamento é escrever sobre tudo que eu julgar conveniente: esportes, política, entretenimento. Não terei medo de expor minha verdadeira opinião, embora essa seja - em sua maioria das vezes- diferente da maioria.
Pretendo ainda trazer um pouco da nossa cultura para o blog. Penso em começar os textos sempre com uma epígrafe, trazendo um pouco de intertextualidade para a discussão.
Enfim, é isso. Conto com a ajuda de todos vocês. Sugestões serão sempre interessantes.

Seja bem-vindo, leitor!