segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Mais sugestões

Como já poderia imaginar, fazer uma lista sobre qualquer coisa causa polêmica. Recebi muitas sugestões ontem e resolvi compartilhar com os leitores. Agradeço a todos que ajudam na elaboração do blog, seja lendo ou opinando, principalmente ao Yago, Fernanda Costa e Luiz Felipe (resumo dos quadrinhos). Só lembrando que a minha lista inicial está "naturalmente incompleta", como já disse anteriormente. Mas aí estão mais sugestões de quadrinhos: divirtam-se!

Quadrinhos:

Batman, o cavaleiro das trevas  (Frank Miller)-Se você nunca gostou de HQs de heróis, esta vai fazer você mudar de idéia... pode apostar!

Os 300 de Esparta  (Frank Miller)- Acompanhe a saga dos lendários guerreiros espartanos em uma obra graficamente impecável.

Ronin  (Frank Miller)-Ficção científica, samurais, demônios... O que mais você pode querer?

Demolidor O Homem sem Medo (Frank Miller e John Romita Jr.)- A consagração do Demolidor e sua entrada definitiva no rol de grandes heróis da Marvel.
Sin City (Frank Miller)- Uma excelente história policial situada numa cidade repleta de violência, sexo e corrupção... Não, não estou falando do Rio de Janeiro.

Watchmen (Alan Moore e Dave Gibbons)-Impossível fazer uma breve descrição desta complexa e magistral obra. Simplesmente LEIA!



V de Vingança (Alan Moore e David Lloyd)- Ou seria V de vitória?

A liga Extraordinária (Alan Moore e Kevin O'Neil)- Grandes heróis da literatura britânica compõem este supergrupo em histórias repletas de aventura.

Batman , A piada Mortal (Alan Moore Brian Bolland e Jonh Higgins)-Até que ponto um dia ruim pode afetar a vida de um homem? O Curinga acha que tem a resposta...

The Spirit  (Will Eisner)-O principal personagem criado pelo artista que revolucionou a nona arte.

Ranxerox (Tamburini e Liberatore)-O subsersivo robozão mostra porque a Itália foi um dos maiores expoentes dos quadrinhos europeus na década de 80. Destaque para a belíssima arte de Liberatore

As aventuras de Tintim (Hergé)-Aventura, ação e humor mesclados em doses perfeitas. Claro que estou falando do professor Girassol. Tudo isso acompanhado do clássico traço de Hergé e de um dos maiores personagens da história dos quadrinhos... óbvio que estou falando do Professor Girassol!


Bando de Dois (Danilo Beyruth)-Um exímio western à brasileira.

Cicatrizes (David Small)-Uma comovente autobiografia belamente ilustrada.

O Dobro de cinco e O Rei do Ponto (Mutarelli)-Nem Sherlock Holmes ou Mr. Poirot são páreos para o grande detetive Diomedes... HAHA!

Bórgia (Jorodowsky e Manara)-Leitura obrigatória em qualquer escola católica... Brincadeirinha!

Calvin e Haroldo (Bill Watterson)-Um menino cheio de personalidade, que tem como companheiro Haroldo, um tigre sábio e amigo verdadeiro.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Dica de livros- parte I

O blog vai entrar de férias por 15 dias. Antes que isso ocorra, estamos intensificando o trabalho para não deixar nossos seguidores (@letrasrelicario) sem ter o que ler. Fiz com ajuda de algumas pessoas uma pequena lista com sugestões de leitura para o período. Ela está  dividida em partes e está, naturalmente, incompleta. Bons livros surgem a todo instante. Aproveite!



Clássicos:

. Memórias de um sargento de mílicias (Manuel Antônio de Almeida)- Um livro do Romantismo, mas fora dos padrões da época

. O retrato de Dorian Gray (Oscar Wilde)-"Um dos clássicos modernos da Literatura Ocidental"

. O tempo e o vento (Erico Veríssimo)- A saga da família Terra Cambará em sete volumes

. Incidente em Antares (Erico Veríssimo)- Último romance do autor, uma verdadeira metáfora do nossos tempos

. Peter Pan (J.M. Barrie)- A famosa história traduzida para o português por Ana Maria Machado

. O cortiço (Aluísio Azevedo)-Principal obra do Naturalismo no Brasil

. Escrava Isaura (Bernardo Guimarães)-"Desventuras de Isaura, escrava branca e educada, de caráter nobre, vítima de um senhor devasso"

. 100 anos de solidão (Gabriel García Márquez)- Considerada a segunda obra mais importante de toda a literatura hispânica. Leitura obrigatória




Contos:

. 50 contos de Machado de Assis (selecionados por John Gledson)- O melhor do contista Machado de Assis em um único livro

.Os contos de Beedle, O bardo (J.K. Rowling)- Diversão em poucas páginas





Biografias:

. Renato Russo, O filho da revolução (Carlos Marcelo)- A história do maior compositor brasileiro da década de 80

. João Saldanha, Uma vida em jogo (André Iki Siqueira)- A trajetória de um personagem polêmico, jornalista, treinador e militante comunista

. Estrela Solitária, Um brasileiro chamado Garrincha (Ruy Castro)- Para os amantes do bom futebol arte, a turbulenta carreira da "Alegria do Povo"


Esportes:

. Escudos dos times do mundo inteiro (Rodolfo Rodrigues)- Pense em um clube de futebol. O escudo dele vai estar nesse livro.

. O guia dos curiosos Esporte (Marcelo Duarte)- Curiosidades sobre os mais variados esportes, suas origens, regras...

. O mundo das Copas (Lycio Vellozo Ribas)- Para quem gosta de Copa do Mundo: todos os jogos, estatísticas, etc.



Tirinhas:

. Toda Mafalda (Quino)- Livro com todas as tirinhas em português da Mafalda

. Vó (Jean)- Simples e divertido

. Peanuts Completo (Schulz)- Coleção com vários volumes de Charlie Brown e sua turma


quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Saudades




"O tempo não para! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo" (Mário Quintana)




Saudades...

Dos velhos amigos, que estão sempre com a gente
Daqueles que não estão mais entre nós
Da cidade natal e seu ar indecifrável
Dos pássaros cantando e dos galhos batendo
Do barulho do mar
Do ombro amigo que nos acolhe nos momentos mais difíceis
De não fazer nada
Dos amigos que não encontramos mais
Da liberdade perdida
"Da aurora da minha vida, da minha infância querida que os anos não trazem mais"*

                                             

Dos nossos parentes que moram longe
Da conversa nos recreios
Daquela viagem inesquecível
Daquela música marcante
Confundida com nostalgia
De não ter hora para voltar
De não ter compromissos
De se lambuzar de sorvete
Do sono pesado e profundo
Transformada em riso, choro e dor
De chorar por simples besteiras
Da conversa no corredor
De jogar bola  despretensiosamente
De fazer o que vier na cabeça, sem se preocupar com o amanhã
Do que já passou
Do que está por vir

Saudades... Tão difícil descrevê-la. Talvez por esse motivo essa palavra só existe em português e em galego. Mas como será que os outros povos sentem saudade?

*Citação de Casimiro de Abreu

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O sem nome

                                             

"Falo pouco pois não
sou de dar indiretas
Me arrependo do que digo
em frases incertas
Se eu tento ser direto, o medo me ataca
sem poder nada fazer" (Biquini Cavadão)





Ele anda calmamente. Seus pés não estão agitados, parecem deslizar pelas calçadas em mais uma caminhada matinal.

Na rua, em meio à multidão, tenta se desvencilhar. Não gosta daquela agitação toda. Pessoas correndo para todos os lados, suadas e de olho no relógio. Nessas horas, pensa como gostaria de estar no conforto de seu quarto, vazio e silencioso.

Ainda junto ao meio-fio, ouve um assovio. Não olha. "Certamente, não deve ser comigo"- pensa ele.

Mais adiante, quase na esquina de seu destino, sente que é observado. Desconfia. Abaixa a cabeça. Não consegue manter um contato visual por muito tempo.

Finalmente, chega em casa. Entra no elevador e cumprimenta os demais moradores. Bem baixinho, como sempre, parece sussurar. Odeia conversar com as pessoas no elevador. Esboça um leve sorriso e se lembra de seus tempos de estudante. "Função fática"-repetia sua professora durante as aulas.

O elevador chega no seu andar. Abrir a porta de seu apartamento é como entrar em um novo mundo, isolado de tudo e de todos. O seu mundo.

Vai até seu escritório. Logo, percebe um recado na secretária eletrônica. Estranha. "Quem iria querer falar comigo?"- pensa. Prefere não retornar a ligação. "Mais tarde resolvo isso". É sempre a desculpa. A verdade é que esse tempo nunca chega. Não gosta de falar ao telefone.

Começa de vez os seus afazeres. Tem de se preparar para a confraternização de fim de ano da empresa, terminar seu relatório, comprar o presente de amigo oculto, "ufa"-exclama ele. Se questiona o porquê - de mais uma vez- participar disso. Torce para que na hora da entrega dos presentes não tenha que descrever quem tirou.
Torce também para que seu chefe não o chame para fazer o discurso de encerramento diante de seus colegas. Não gosta de falar em público. Não gosta de ser o centro das atenções. Só de imaginar a situação, já fica nervoso. O suor escorre pelo seu rosto. Decide aumentar a intensidade do ar-condicionado.

Mais uma vez, lembra de outras situações parecidas que já vivenciou. Algumas até constrangedoras. Como naquela festa que não conhecia ninguém e preferiu ficar sentado num canto. Ou ainda no dia em que passava muito mal no trabalho, mas não queria pedir ajuda.

Só de pensar, fica incomodado. Vai até a geladeira e toma um gole d'água. Aproveita para parar na sala no caminho de volta e observar a multidão lá embaixo. Passa horas de seus dia nessa simples atividade. É como se estivesse diante de dois mundos completamente distintos: um marcado pelo ritmo acelerado  da pessoas na rua e o seu, gélido, solitário e reflexivo.

                                             


Mas afinal, o que ele está fazendo ali mesmo?


quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Complexo de "Minduim"

"Olha lá quem acha que perder é ser menor na vida
Olha lá quem sempre quer vitória e perde a glória de chorar" (Marcelo Camelo)
                                        


"Minduim" é a forma carinhosa pela qual Patty Pimentinha chama seu colega, Charlie Brown. Ambos são personagens de uma das tirinhas mais famosas da história: Peanuts, escrita pelo americano Charles M. Schulz.

Charlie Brown não é apenas mais um personagem de tirinhas. Ele pode ser visto como um retrato do seu criador e desenhista Schulz. Talvez seja isso que torne Charlie Brown tão autêntico: sua humanidade. O personagem não vive só de alegrias. Pelo contrário, pode-se dizer que ele é uma espécie de "perdedor profissional".

Charlie Brown adora baseball e tem o seu próprio time, como vários garotos americanos. No entanto, nunca consegue fazer com que sua própria equipe vença. Charlie Brown também gosta de jogar damas. Mas nunca venceu uma única partida e tem o recorde de derrotas consecutivas. Charlie Brown tem vários colegas (Lucy,  Schroeder, Linus, etc.). Contudo, nenhum admite ser seu amigo. No Natal, enquanto todos recebem vários cartões, ninguém se lembra de enviar um a Charlie Brown.


Charlie Brown é a antítese de um herói. Tem uma cabeça grande - motivo de risos de seus colegas - é tímido e pouco confiante. Além disso, sofre com várias angústias e medos, que o fazem se sentir inferior aos demais. Por vezes, prefere o isolamento.

Entretanto, apesar de todos os seus problemas, o personagem conseguiu cativar os norte-americanos e fazer sucesso no mundo todo. Não raro, vemos produtos da série sendo comercializados em todos os lugares. Não raro vemos um adolescente e seu pai se deliciando com as histórias de Peanuts.

Fica então uma pergunta; como um personagem tão impopular quanto Charlie Brown consegue ser um fenômeno de vendas? Talvez o segredo esteja na identificação  leitor-personagem. Todos nós - em algum momento da vida - nos achamos inferiores e pouco confiantes. Em algum momento da vida, somos nós também um Charlie Brown, um "Minduim".

Mas apesar de tudo, Charlie Brown também é um lutador. Ele perde, sim, é derrotado e fica chateado. No entanto, no dia seguinte, lá está o "bom e velho Charlie Brown" de novo, resistindo, orientando sua equipe de baseball e tentando vencer...

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Faço comunicação sim, e daí?

"Posso não concordar com uma só palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte vosso direito de dizê-lo." (Voltaire)





Esse texto é um desabafo. Quem faz Comunicação, entenderá o que quero dizer.

Já no Ensino Médio, os alunos começam a escolher a área em que pretendem seguir. Exatas, humanas, biomédicas, etc. Pequenos nichos são formados. Mas o que mais me chama a atenção são os "preconceitos" das pessoas- às vezes dos próprios alunos - com algumas profissões. Quem disse que o pessoal de humanas não entende nada de matemática e que os engenheiros não sabem escrever? Em alguns casos, tais afirmações podem ser até verdadeiras. No entanto, não se pode generalizar. Com a alta concorrência e a dificuldade dos vestibulares atuais, quem não dominar essas áreas será, naturalmente, "eliminado".

Todavia esse não é o único preconceito. No meu caso particular, e acredito que vários colegas concordem, decidi cursar Comunicação Social para tentar ser jornalista. Aí já começa um problema... Pergunte para algumas pessoas leigas no assunto sobre o que faz um comunicólogo. A maioria não saberá responder ao certo. E, claro, terá aquela "brilhante" pessoa que dirá que serve para se comunicar. Apesar de engraçado, isso esconde uma verdade: as pessoas, em sua maioria, não sabem o que é Comunicação Social. Curioso é que se você repetir essa experiência, mas perguntando sobre uma habilitação específica (Jornalismo, Publicidade e Propaganda, etc.) grande parte apresentará uma outra resposta, certamente mais elaborada que o tradicional "se comunica".

Outro problema são alguns estereótipos que vêm junto quando se decide fazer Comunicação:

 "Todo mundo que faz Comunicação é porque não sabe o que vai fazer da vida e não quer estudar".
Realmente, o campo da Comunicação Social envolve várias áreas e habilitações, que possibilitam uma melhor visão de mundo. Todavia, para chegar até aqui é necessário estudar muito. Como exemplo, basta ver as notas para ser aprovado no vestibular. Na UFRJ, por exemplo, é uma das carreiras mais disputadas, bem como na UFF.

Isso me lembra outro ponto: porque diante de um livro de matemática, algumas pessoas se arrepiam e, ao ver um obra complexa, não dão muito valor? Às vezes, a compreensão de um texto pode ser tão difícil quanto a resolução de uma equação.

Agora, talvez o que mais me incomode seja algumas frases que ouvi recentemente. No dia do trote quando fui pedir dinheiro, por exemplo, muitos perguntavam o meu curso. Quando falava qual era, alguns refutavam: "Ah, se você estudasse Direito, eu daria dinheiro..." Jura?

Entretanto, a pior de todas é "Tão inteligente e foi fazer Comunicação..." Já ouvi essa frase tantas vezes que até já me acostumei.

Enfim, o objetivo desse texto não é criticar as demais profissões. Pelo contrário. É extremamente saudável ter amigos de outras áreas. Acho  que todas são igualmente importantes. Para que a vida em sociedade funcione, é necessário cooperação entre os diferentes profissionais, sejam eles médicos, donas de casa, professores... A valorização é fundamental!