"Amigo é quem te socorre e não quem tem pena de ti" (Thomas Fuller)
Certa vez, durante uma aula fui apresentada ao texto "As estrelas e os cometas". Na época, achei-o interessante, mas não liguei muito. Hoje, mais de cinco anos depois, esse texto me veio à cabeça. Não sei bem explicar o porquê.
Segundo o autor do texto, "há pessoas estrelas e pessoas cometas. Os cometas passam. apenas são lembrados pelas datas que passam e que retornam." Todavia, "passam anos, milhões de anos e as estrelas permanecem". Acho que essa metáfora também pode ser estendida às relações pessoais, principalmente à amizade. Ao longo de nossa vida, conhecemos milhares de pessoas. Umas só de vista, outras mais próximas. Mas nem todas são nossos "amigos", assim como o quer o facebook e demais redes sociais. Não temos centenas de amigos. Apenas uns poucos e bons.
A primeira pessoa a chamar minha atenção para essa distinção entre amigos e colegas foi uma professora de inglês. Um dia, diante de uma classe lotada, ela afirmou que quando nos formássemos, (o que ainda estava um pouco distante na época) poucas seriam as pessoas que continuariam se falando, mantendo contato. "Umas 3 ou 4"- disse ela. Naquela tarde os alunos a contestaram. Hoje, acredito que ela tenha razão.
Colegas temos aos montes: são os "conhecidos". Podem ser ótimas companhias e garantia de risos. Já os amigos verdadeiros são poucos. Não passam de cinco. Esses, por sua vez, nem sempre podem estar ao nosso lado fisicamente. Contudo, sempre se importam conosco. Antes mesmo de tropeçar e escorregar, eles já estão com os braços estendidos para nos escorarmos.
Muitas vezes, confundimos colegas com amigos. A amizade, na verdade, tem uma base mais sólida e duradoura, que não se constrói de um dia para o outro. Para que ela se edifique é fundamental ter confiança no outro. Até porque uma hora a realidade aparece, as máscaras caem e os "amigos" revelam-se meros colegas.