quinta-feira, 24 de novembro de 2011

"Conselho de classe"

Desde o início do ano, uma equipe de reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo, vem acompanhando a rotina de quatro jovens professores da rede pública de ensino.


Tal trabalho resultou na exibição, aos domingos, do quadro "Conselho de classe". O objetivo maior desse quadro é mostrar a realidade dentro das salas de aula em nosso país, bem como os problemas que os professores enfrentam para tentar ministrar suas aulas.

O cenário principal é a escola República do Peru, situada no bairro do Méier, Rio de Janeiro. É lá o local no qual 4 jovens professores dão aulas: cada um de forma diferente, ao seu modo.

Estilos à parte, todos os professores têm um dilema: conseguir prender a atenção de seus alunos. Enquanto esses profissionais tentam explicar a lição, no fundo da sala de aula um grupo conversa e outro brinca de se maquiar. Os professores chamam a atenção. Uma. Duas. Três vezes. Em vão. Os alunos não estão nem aí para o que acontece.

Embora o quadro seja gravado numa escola pública, a realidade no sistema particular também não é muito diferente. Fones de ouvido e jogos ganham mais atenção do que os cadernos e canetas.

A verdade é que a educação é um dos entraves no caminho para o desenvolvimento de nosso país. Já até abordamos esse tema antes no blog. Faltam professores qualificados, infraestrutura... Mas parte da responsabilidade pelo nosso mau desempenho nas avaliações internacionais não é só dos políticos. Alunos que não se comportam de forma adequada em sala de aula dificultam sua própria vida (e seu futuro) e a dos demais. Assim, fica ainda mais complicado para os professores darem aulas e o aprendizado é prejudicado.

Uma das formas, então, de tentar reverter esse quadro é cobrar mais de nossos estudantes. Participação, pontualidade e postura dentro de sala de aula são essenciais.

Link de um dos episódios: http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1676694-15605-456,00.html

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Pequeno torcedor

Assim que saiu da maternidade, ele já tinha um presente especial à sua espera: o uniforme do time de coração de seu pai. Mesmo que a contragosto da mãe, o pai não hesitou em comprar a roupa. Era uma forma de tentar convencer logo o garoto sobre qual time deveria torcer. Mesmo que, com aquela idade, ele não fizesse a menor ideia do que aquilo significava.

O menino foi crescendo e o pai continuou incentivando-o. Vitória do time? Uniforme no garoto!

A mãe, por sua vez, não gostava muito daquilo. Achava que deveriam esperar o garoto crescer para ele fazer suas próprias escolhas. Mas não tinha jeito. Nada impedia o pai de "cumprir aquela missão".


Por anos, o pai esperou para ir ao estádio com o menino. Assim, logo que fez 4 anos, lá foram os dois acompanhar de perto o time.

No tão esperado dia, saíram de casa com antecedência. O garoto estava bastante animado. Com uma camisa tão longa que tropeçava em seus próprios pés, ele tremulava aquela bandeira radiante.

O pai estava orgulhoso ao ver que suas "investidas" deram certo. Conseguira despertar desde cedo a paixão daquele torcedor. Agora, não tinha mais erro. Ele levaria aquele escudo no peito para sempre.

No estádio, o menino teve seu rosto pintado com as cores do clube e entrou junto com os jogadores. Estava eufórico. Mas, dentro de campo, a situação era bem diferente. O time jogava mal e era dominado pelo
adversário. Os gols saíam com facilidade para a equipe visitante. Um. Dois. Três...


Antes mesmo do fim do jogo, a torcida já abandonava seus lugares e saía do estádio cabisbaixa. O clube vivia uma época difícil e sem títulos.

Fim de jogo. O pai deu a mão ao menino e ambos se encaminharam à saída. O garoto, mesmo com a derrota, continuava cantarolando e agitando sua bandeira. Foi, então, que o menino percebeu que seu pai estava diferente:
- O que houve, papai? Se machucou? Por que você está chorando?

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Possibilidades

É possível voar?
Há vida fora do planeta Terra?


Mas não me refiro a essa perguntas tão complexas da ciência que já foram, inclusive, respondidas ao longo dos anos. Minha dúvida é mais particular, quase uma angústia existencial.

Será que devo ir em frente? Acreditar em mim? E se eu for rejeitado? E se rirem da minha cara? Não, não posso pensar assim. Esse tipo de pensamento só me deixa ainda mais ansioso e pessimista.

Minha família sempre falou para eu acreditar mais em mim, ser mais confiante. Mas o problema é agir. Ainda mais depois de tantas decepções, tantas lágrimas derramadas... A ferida ainda dói.

Seria tão mais simples se alguém estivesse disposto a me ouvir, tentar entender o que estou passando. No entanto, onde estão meus conhecidos nessas horas?

Certamente, seria bem mais fácil se a vida fosse um mero jogo de tabuleiro. Lançaria os dados, avançaria algumas casas. As consequências ficariam restritas ao jogo, não passariam para a vida real.


Contudo aqui não há dados, nem peões, muito menos tabuleiros. A responsabilidade é minha, somente minha. Espero tomar a decisão certa. Dar um xeque-mate. Ou seria a cartada final?

Ah, quer saber? Chega de devaneios e suposições. As chances são pequenas, mas vou em frente. Suando, tremendo, sem confiança, mas persisto.

Quem sabe ela gosta de mim?

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O pescador

O dia mal começou a nascer e lá estão eles de novo. Em seus pequenos e humildes barcos, parte da colônia de pescadores já está de pé e se lança ao mar.


O que esperar? Essa é uma verdadeira incógnita. O dia pode ser de fartura e o pescador voltar com sua rede cheia e um sorriso que não cabe no rosto. Mas o contrário também pode acontecer. Voltar para a casa cabisbaixo e com a rede vazia.

A responsabilidade é ainda maior para esses pescadores. Não pescam por prazer apenas, mas por profissão. São dessas águas que eles tiram o sustento da família. Uma boa pesca pode compensar vários dias ruins.

Assim também é a vida. Um constante lançar de redes. Às vezes, estamos confiantes, mas a rede volta vazia. Às vezes, a pescaria é tanta que uma só rede não é suficiente.

Mesmo diante dessas incertezas, temos que ser como os pescadores: levantar a cabeça e esperar pelo raiar de um novo dia.  Quem sabe algo de especial não está reservado para o dia seguinte?


Para isso, é preciso continuar acreditando e trabalhando. Estar sempre disposto a lançar novas redes. E a cada pescaria, a esperança se renova.

"Hoje vai dar certo".