quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Amor juvenil

Na sala de aula, ele não consegue se concentrar. Não tira os olhos dela. Da lição, pouco aprende. Sua atenção não está voltada para o quadro-negro, e sim, para uma das carteiras, a alguns metros dali.

A redação passada pela professora toma outro caminho. Vira um poema, repleto de coraçõezinhos. Logo que termina, fica envergonhado. Esconde o papel, como se tivesse feito algo de errado.


Na hora do recreio, fica sentado em um banco, lanchando. Seus olhos percorrem todo o pátio, procurando-a. Como gostaria de ter coragem e conversar... Mas ela está com suas amigas, "melhor não atrapalhá-la".

Volta mais cedo para a sala, só para ter o gosto de vê-la entrando e passando por perto dele. Mas justo na hora em que ela se aproxima, um amigo o chama. Desvia a atenção e fala com o colega. "Nada não. Esquece. Já achei o que precisava". E ela passou...

Continua não prestando atenção à aula. Traça mil planos para conseguir falar com ela. Desiste da maioria. Se ela ao menos soubesse quem ele era...

Na porta da escola, fica esperando seus amigos saírem para voltarem juntos no ônibus escolar. De repente, ela sai também.

A menina volta com a mãe para a casa, que costuma buscá-la depois do trabalho. A mãe menciona o nome do garoto, desejando-lhe uma boa noite. E então a menina dá uma olhada para trás, para ver com quem estava falando.

"Ela olhou para mim! Ela olhou para mim! E agora, o que faço? Será que ela realmente olhou em minha direção ou foi coincidência?"


No dia seguinte, acorda ainda sonolento e atrasado. Não dormiu direito. Ficou a noite toda pensando nela.

Chega à sala para mais um dia de aula. Dirige-se ao seu lugar de sempre. No entanto, de longe, estranha algo sobre sua cadeira. Mais perto, percebe que trata-se de um chocolate.

"Quem será que deixou?"

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