quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Com que roupa?

Já vivi vários carnavais. Cresci indo aos bailes no salão do clube aqui do bairro. Depois, migrei para o carnaval de rua, o qual frequento até hoje.

Quando criança, costumava me vestir de super-herói. Aproveitava os lançamentos do cinema e caprichava na fantasia. Por vezes, acreditei que, de fato, tinha superpoderes e era invencível. Era tão boa aquela sensação!


Adolescente, comecei a me preocupar menos com a fantasia. Queria mais era aproveitar a festa. Assim, qualquer camisa daquela coleção de time de futebol que tenho lá em casa bastava. Pensando bem, hoje, anos depois, acho que fazia até um certo sucesso. Não dizem que as mulheres adoram um jogador de futebol? Ahaha

A verdade é que nessa vida de folia, já fui de tudo um pouco. E já me encantei por várias fadinhas, ciganas e Pedritas. Fui sapo à espera do beijo libertador da minha princesa. Fui Pierrot apaixonado por uma Colombina.

Hoje, não sei qual personagem sou eu. Sei que a fantasia é passageira, é o de menos. Não quero me vestir de ilusões, nem usar máscaras para não ver a verdade. Sinceramente, gostaria de me vestir de forma diferente: de mim mesmo. Seria a mais pura e legítima das fantasias.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Primeiro dia de aula

Cabelo penteado cuidadosamente para o lado e a blusa para dentro. Agora, sim, ele está pronto. É seu primeiro dia na escola e sua mãe vai acompanhá-lo até a entrada.

Dentro do carro, já começa a notar as diferenças: não está mais só no banco de trás. Divide o espaço com seu material também. Enquanto isso, sua mãe dá as últimas explicações de onde está cada coisa na mochila, bem de como se portar em seu primeiro dia.


Pela janela do carro, ele inicia uma brincadeira: tentar adivinhar qual é o prédio em que vai estudar. No entanto, passam-se vários e nada. "Não sabia que a escola era tão distante assim." Pergunta, insistentemente,  para sua mãe "quanto tempo falta, se está muito longe ainda..." Ela pede para que o menino tenha calma, que logo eles chegam.

Quando ele começa a adormecer, o carro para. "Finalmente chegamos"- avisa a mãe.

"É importante que você me dê a mão para não nos perdermos". Logo no portão de entrada, ele percebe o que a mãe quis dizer com aquilo: há pessoas por todos os lados, um verdadeiro entra-e-sai. Todos são muito maiores que ele e estão uniformizados também. De repente, começa a se sentir mal. Não gostou do lugar e daquela barulheira. Prefere ficar em casa ou no parquinho com seus vizinhos. "Será que isso é realmente necessário?"

Depois de caminhar um pouco já pelas dependências do colégio, ele enfim começa a ver pessoas do seu tamanho. "São os seus novos colegas, filho. Fale um oi para eles". Todavia, ele ainda está meio confuso, perdido e o máximo que consegue é esboçar um sorriso.

Trimmmmmmmmm... Toca o sinal. A aula vai começar. As professoras começam a receber seus alunos e se apresentam.


Nesse momento, sua mãe larga sua mão. Ele logo nota. Ela acena, já longe. A professora passa as primeiras instruções. Ele se aproxima para ouvir melhor.

"Como esse momento é difícil..."

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A escrita ao longo da vida

Quando somos bebês, toda a vida tem mais cor. Sem responsabilidades a assumir, estamos diante de um mundo novo, cheio de perigos e desafios. Mas nem isso nos preocupa. Tudo que é diferente e colorido passa a nos saltar aos olhos. Adoramos um giz de cera. Basta ver as garatujas que deixamos nas paredes da sala e os rabiscos nos consultórios médicos.



Entramos na escola e somos alfabetizados com lápis e borracha. Somos um tanto inseguros, oscilamos ainda na escrita. "Como se escreve determinada palavra?" Não estamos convictos ainda de quem somos, nem do que escrevemos. Assim, o lápis faz um traço mais fraco, indeciso e a borracha ajuda corrigindo nossos erros.

Na adolescência, é a vez da caneta. A responsabilidade já está maior, assim como nossa revolta com o mundo. Escrevemos forte, com fúria e raiva do papel. Nossas mãos chegam a doer e ter calos. Riscamos todo o papel, puxamos setas, produzindo verdadeiros hieróglifos. E quando tudo isso ainda não é suficiente, usamos o liquid paper. Sujamos e borramos tudo. Admitimos nossa incapacidade diante do papel e queremos recomeçar, como se fosse a vida real. Usando o corretor, temos a falsa impressão de que tudo voltou ao normal: lá está o papel em branco novamente.


Enfim, crescemos. Alguns optam por continuar escrevendo e desenhando. Fazem disso sua profissão. Usam a sutileza do nanquim. Desafiante. É como um bisturi: precisamos de precisão. Não podemos errar ou tudo se estraga, borra.

Agora a moda é escrever no computador. Há pessoas que nem têm mais papel e caneta em casa. Só o PC. Nele, somos padronizados: a mesma fonte, o mesmo espaçamento... Não se vê mais a caligrafia da pessoa propriamente dita. Caligrafia essa que define nosso estilo, angústias e exprime sentimentos. Ficamos engessados. Nossa maior preocupação não é mais guardar com carinho o caderno no qual escrevemos. O importante é saber se salvamos corretamente o arquivo de texto.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

O que você anda lendo? - Parte Dois

Se há um tipo de matéria que costuma fazer sucesso aqui no blog é a indicação de livros. Mais uma vez, então, resolvi repetir a dose, consultando também nossos amigos e seguidores pelas redes sociais. Até porque a leitura nunca se esgota, sempre temos algo a aprender com os livros.


. Guerra e paz (Liev Tolstói) -
 Mistura entre ficção e realidade, retrata a vida de duas grandes famílias aristocratas e de personagens históricos, como Napoleão e o czar Alexandre I

. Crime e Castigo (Fiódor Dostoiévski) -
Obra mais famosa de Dostoiévski, o que já não é pouco. Nela, um jovem estudante russo comete um crime e tenta ser absolvido

. Revolução dos bichos (George Orwell) -
Escrita durante a Segunda Guerra Mundial, a obra é uma verdadeira alegoria sobre a crueldade dos humanos. Nela, os animais pensam e são dotados de engajamento político.


. O triste fim de Policarpo Quaresma (Lima Barreto) -
Passado no início da República, o personagem principal é uma major nacionalista que tem ideias, no mínimo inusitadas. Por conta dessas, ele é internado e considerado um louco.

. Clara dos Anjos (Lima Barreto) -
Sugestão dos amigos. Uma mulata do subúrbio se apaixona por um jovem de melhor classe social. Você provavelmente conhece outras histórias assim que tratam desse drama.

. Ilusões (Richard Bach)- Sugestão dos amigos. Um livro sobre a história de acreditar. O que acontece quando um homem comum encontra um Messias?


. O ateneu (Raul Pompéia) -
Autobiográfico, o autor relata o período de sua adolescência que viveu dentro de um colégio interno, sofrendo na transição de menino-homem.

. Comédia em pé, o livro (vários autores) -
Livro sobre o primeiro show de stand-up comedy brasileiro. Escrito pelos humoristas Cláudio Torres Gonzaga, Fábio Porchat, Fernando Caruso, Paulo Carvalho e Léo Lins.

. E se o stand-up virasse livro? (Maurício Meirelles) -
Formado em Publicidade, Mauricio ama mesmo o humor. Nesse livro, ele reúne o melhor de seus textos, suas apresentações e piadas.


. Presa (Michael Crichton) -
Sugestão dos amigos. Uma experiência no deserto de Nevada escapa do laboratório e acaba provocando uma nuvem de nanopartículas autossustentáveis.

. Sol Nascente (Michael Crichton) - 
Sugestão dos amigos. O livro conta a história de uma investigação de um assassinato no lançamento da sede de uma empresa japonesa em Los Angeles.

. O fim da eternidade (Isaac Asimov) -
 Sugestão dos amigos. Viagens no tempo e paradoxos temporais em mais uma excelente história de um dos mais inventivos nomes da ciência do século XX.


. Eu, robô (Isaac Asimov) -
Sugestão dos amigos. Série de contos que tem com base as "3 Leis da Robótica", criadas pelo autor e de grande influência na ficção científica.

. Jornal Nacional, a notícia faz história (vários autores) -
Esse livro conta a história por trás dos 35 anos de sucesso do maior telejornal brasileiro, líder absoluto de audiência. Seis vezes por semana, os brasileiros esperam até às 20:30 para ouvir as principais notícias do dia e responder um certo boa noite.

. Botafogo, O Glorioso (Roberto Porto) -
O renomado jornalista alvinegro agora recorre a amigos, celebridades e até desconhecidos para contar a história do Botafogo Futebol e Regatas, bem como suas superstições, ídolos, conquistas e fracassos.


. Passos do Campeão, o Botafogo na conquista da Taça Brasil de 1968 (Auriel de Almeida) -
O reconhecimento oficial só veio em 2010, com a unificação dos títulos brasileiros pela CBF. Agora, a Taça Brasil de 1968 equivale à conquista de um Campeonato Brasileiro. Nada mais justo com um time que contava com craques como Gerson, Jairzinho e Paulo Cézar Caju.