segunda-feira, 23 de julho de 2012

Bloquinho de anotações - parte final

Chegamos ao fim da série de anotações sobre o 7° Congresso de Jornalismo Investigativo, realizado entre os dias 12 e 14 em São Paulo. Para os quem têm acompanhado a cobertura aqui no blog, o meu muito obrigado.
Abaixo, você confere as últimas três palestras em que estive presente:

Jornalistas e fontes - limites éticos e legais, por Maria Cristina Fernandes e Marcelo Beraba (moderador)


  • "Sinto vergonha como jornalista na cassação de Demóstenes" (Maria Cristina Fernandes). Quantas pautas não perdemos nesse relatório? "Nós falhamos como repórteres. Só nos demos conta quando recebemos o grampo na mão".
  • Brasil é um dos países que menos lê jornal. Deficiências na educação. "Jornais ainda são leitura de classe média. Será que os problemas não estão nas pautas dos jornais?"
  • "Novas mídias estão dando conta dos interesses privados?"
  • Ao não envolver o cidadão brasileiro, cada vez mais as pessoas se afastam da política.
  • Segundo pesquisa da Vox Populi, parcela significativa da população brasileira não acha nada demais dar propina para outros. 
  • Pouco se fala da relação entre o mercado imobiliário e campanhas  municipais.
  • "Jornalista que aceita informação de bandido é porque quer pegar algo maior".
  • "Ética do jornalista é a mesma do gandula: não pode ajeitar a bola para o jogador do nosso time".
  • "Cobertura dos jornais tem Brasília demais e Brasil de menos". 
  • "Ninguém é nossa fonte". Fontes só te contam as coisas  porque elas também têm seus próprios interesses.
  • Onde vamos buscar nossas pautas? "Estamos buscando pauta entre nós mesmos. Jornalistas não vão mais para as ruas".
  • "Jornalistas importantes do impeachment do Collor estão em assessorias, trabalhando em administração de crises".

Grande reportagem em TV, por Roberto Cabrini e Thiago Herdy (moderador)


  • Para saber se uma reportagem é válida, devemos nos perguntar se o mundo vai melhorar com ela.
  • O que é uma grande reportagem em TV? Descobrir o ângulo não mostrado. O poder do texto e as palavras certas para cada situação. Exercer todo dia nossa própria humildade, autocrítica.
  • "A melhor reportagem tem que ser sempre a próxima e temos que estar preparados para ela".
  • "SBT tem o DNA do entretenimento, não do jornalismo".
  • Conexão Repórter: programa de Roberto Cabrini no SBT; no ar há dois anos; programa servindo à sociedade; dar voz a quem não tem; equipe pequena, cerca de 15 pessoas; programa tem que ter uma reportagem por semana: arejar o programa com perfis, adequar-se às necessidades de uma emissora comercial; equilibrar a audiência para o programa permanecer no ar.
  • "Sempre houve um complô do silêncio. Nunca houve punição".
  • "Não há  justificativa para uma matéria superficial ser exibida".
  • Fontes não procuram pessoas prepotentes. Fontes têm interesse e você precisa saber identificá-lo.
  • "Câmera escondida jamais pode ser usada para invadir a privacidade das pessoas". 
  • Jornalista tem a obrigação de estar sempre acessível as pessoas.
  • As grandes matérias começam com pessoas comuns.
  • Jornalista não é justiceiro, policial, nem advogado. Repórter não substitui a lei, a justiça. 
  • O jornalista tem que perguntar o que a sociedade gostaria de perguntar. Mas tem que respeitar o direito do outro na resposta.
  • Desafio do jornalista: dar espaço para quem pensa diferente e teve uma formação sócio-cultural distinta.
  • "Ninguém ameaça se você não estiver diante de uma grande reportagem".
  • "Emoção é um divisor de águas da sua própria consciência. Ela pode ser prejudicial quando altera a precisão das informações".

Cobertura de megaeventos esportivos, por Dorrit Harazim, Carina Almeida e Marcelo Moreira (moderador)











  • Brasil é o quarto país a ter em sequência uma Copa do Mundo e uma Olimpíadas. Outro exemplos: Alemanha (72 e 74); México (68 e 70); EUA (94 e 96).
  • Em Moscou (1980): 5.100 atletas; 5.000 jornalistas (1/2 rádio e tv e 1/2 impresso)
  • Em Sydney (2000): 16.500 atletas; 16.000 jornalistas (1/3 impresso e 2/3 rádio, tv e digital)
  • Em Londres (2012): 10.500 atletas; 21.000 jornalistas (6.000 impresso)
  • Números revelam que há poucos atletas para muitos jornalistas. É necessário reinventar uma maneira de falar com e sobre o atleta.
  • Um jornalista precisa de duas credenciais para assistir às principais provas. Corre o risco de nem conseguir assistir ao vivo a prova.
  • Ficar só no centro de imprensa não é a mesma coisa, não substitui a mesma emoção do presencial.
  • Que diferença o jornalista pode fazer nesse tipo de cobertura? O jornalista deve chegar já preparado, ter capacidade de organizar informações, talento narrativo e sorte.
  • Diferença dos atletas ao longo dos anos: João do Pulo em Moscou era campeão mundial, mas estava totalmente desamparado na perda da medalha. Hoje uma atleta americana tem 22 técnicos, cientistas que trabalham em sua equipe. Sem falar nos patrocinadores e nos assessores de comunicação.
  • Olimpíadas são uma vitrine para marcas esportivas e novas tecnologias.
  • Hoje as Olimpíadas estão mais niveladas: um atleta da África dispõe do mesmo equipamento que outro. Impossível fazer diferença só pela tecnologia.
  • Organização desses megaeventos tem que oferecer as melhores condições de trabalho para os jornalistas. Cabe, então, aos profissionais fazer a diferença.
  • Megaeventos esportivos são importantes para reposicionar "marcas" de países e cidades. Neles estão presentes a nata do esporte, da organização e do marketing esportivo.
  • "Nenhum país tem um bom desempenho em Olimpíadas sem incentivar o esporte desde a base".
  • Reflexão sobre o quadro de medalhas: cinco ouros em uma mesma modalidade valem mais do que cinco medalhas em esportes diferentes?

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Bloquinho de anotações - parte 2

Dando prosseguimento ao post publicado na terça, agora é a vez da segunda parte das minhas anotações sobre o 7° Congresso de Jornalismo Investigativo, realizado entre os dias 12 e 14 de julho na cidade de São Paulo. Ano que vem, o evento mudará de local e será na PUC-Rio.

Jornalismo cidadão: proteste já, por Marcelo Tas, Maxi García Solla e Gastón Turiel

  • "Proteste já" é o maior quadro em duração e um dos que mais faz sucesso dentro do programa CQC, da Band. O quadro surgiu em 2004.
  • No quadro, a equipe é composta por 4 jornalistas, dentre eles dois argentinos: Maxi (diretor de redação) e Gastón (produtor). 
  • Uma denúncia para ser apresentada no quadro tem que ficar "boa na TV'. O principal critério para escolher uma pauta é que ela proporcione boas imagens.
  • A edição final na matéria é fundamental, pois é ela "que faz o repórter falar bem". 
  • O vídeo de uma recente reportagem foi mostrado aos presentes. Tratava-se de uma denúncia de irregularidades no  matadouro municipal de  Conceição do Caeté (BA).
  • Denúncias: o carro que transporta a carne é aberto, sem qualquer refrigeração; os animais são mortos a pauladas; um carro de coleta de lixo passeia livremente pelo lugar onde os animais pastam; sangue dos animais escorre pela terra.
  • Moradores da região são "obrigados" a consumir aquela carne, já que não há outra opção. Não é raro ver alguém contrair uma doença por conta da péssima qualidade da carne ingerida. Um dos moradores chegou a ficar doente e um parasita se instalou em seu cérebro.
  • Geralmente, a equipe de produção só volta ao local denunciado se eles estiverem sem matéria. "Uma matéria nova gera mais interesse, maior audiência que uma antiga". De vez em quando, eles se planejam uma matéria especial, com retorno a 3 ou 4 lugares, tudo no mesmo programa.
  • "Quando o CQC não tinha patrocinador, a pressão era muito grande sobre um programa que estava ainda nascendo".
  • O respaldo dos patrocinadores faz com que Tas seja mais firme quando recebe uma ameaça.
  • "O humor nasce da precariedade humana. O CQC olha para os fatos com a lente do humor. Não é um programa jornalístico".
  • Tas se preocupa com os jovens que usam o CQC como fonte primária de informação.
  • Antes de cada programa, Tas negocia seus limites junto com a emissora. 
  • "Nenhum jornalista dentro de veículo é independente. Cada veículo tem sua linha editorial".
Copa 2014: organização e infraestrutura, por Juca Kfouri, Walter de Mattos Jr e Marcelo Beraba (moderador)









  • Em recente perfil publicado na revista Piauí, Juca e Walter são citados por Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, como dois de seus principais inimigos.
  • "Esporte passou de aspecto apaixonante e virou negócio. Eventos que usam como pretexto o esporte acabam custando milhões".
  • Quando o Brasil foi anunciado como sede da Copa do Mundo de 2014, as autoridades garantiram que essa seria "a Copa da iniciativa privada". Hoje, na verdade, a maior parte é feita com financiamento federal. "Quando o dinheiro não é público, é investimento do BNDES".
  • Alguns números da Copa: 101 projetos; 41 ainda no papel; 5 concluídos e 55 em andamento.
  • As decisões tomadas acerca da Copa no Brasil foram tomadas quase unicamente pelo comitê organizador local, que é "uma estrutura familiar do Ricardo Teixeira".
  • Analisando a capacidade de público das novas arenas e conhecendo-se um pouco de futebol, algumas distorções podem ser percebidas. Manaus, que tem seu melhor time disputando a série D do Brasileirão e não tem tradição no futebol, terá um estádio para 46 mil pessoas. O mesmo acontece em Brasília (70 mil pessoas) e Cuiabá (43 mil pessoas). Esses estádios, no futuro, se transformarão em verdadeiros elefantes brancos. 
  • "Para o mundo, a capital da Amazônia, é Manaus." Daí, uma das necessidades de se construir um estádio na cidade, mesmo sem time de futebol expressivo na região.
  • Há casos de exemplos positivos também: o Beira-Rio, estádio do Inter, está sendo reformado dentro de uma ótica privada. O clube é um modelo de gestão e apresenta o maior número de sócios do país.
  • Um evento do porte de uma Copa do Mundo funciona como uma grande campanha de marketing por décadas. Contudo, "nossa infraestrutura de turismo é muito pobre".
  • Casos de sucesso em que as cidades/países se aproveitaram dos eventos esportivos para se modernizarem: Pequim, Barcelona, Alemanha.
  • Casos negativos: Montreal e  Atenas (10% da dívida atual do país foi gerada pelas Olimpíadas).
  • Mobilização: a sociedade precisa ser mobilizada para cobrir e participar dos eventos.
  •  "Esporte no Brasil é mais atrasado que a política. Na política, ainda que pouca, há punição e transparência. No esporte, você não vê isso ".
  • "Estrutura do esporte no Brasil e reacionária, corrupta, corrompida e corruptora".
  • "Jornal Nacional chamou de comissão os casos de corrupção envolvendo João Havelange e Ricardo Teixeira". 
  • Jornal "O Lance!" não se aproveita dos eventos esportivos. Não tem nenhum anúncio das maiores fornecedoras de material esportivo, como a Nike, patrocinadora da Seleção Brasileira. Justamente por denunciar constantemente os esquemas de corrupção envolvendo o esporte.
  • "Não podemos fazer a Copa do Mundo da Alemanha, da Ásia, no Brasil".
  • "Ideal no Brasil para em evento de um mês são os investimentos em rodovias, aeroportos, etc. O estádio não precisa ser o melhor".
  • "Com essa gente que está aí, sou contra a Copa do Mundo no Brasil" (Juca Kfouri)
  • "Copa é um grande anúncio de um mês do país, mas correndo o risco de fazer um péssimo anúncio".
  • Até hoje, José Maria Marin, atual presidente da CBF, paga R$120 mil por mês para a assessoria do Ricardo Teixeira, ex-presidente da mesma entidade e envolvido em esquemas de corrupção.
  • "FIFA é parceira, cúmplice disso tudo. Blatter é da mesma cria".
  • Segundo Aldo Rebelo, atual ministro dos esportes, os estádios após a Copa servirão de "arenas multiuso". "Alguém imagina a Madonna indo cantar em Manaus? Nem a Ivete Sangalo vai a alguns lugares..."
  • Ministério dos esportes não tem nenhum projeto para a Copa no Brasil. 

terça-feira, 17 de julho de 2012

Bloquinho de anotações- parte 1



Esse ano tive, mais uma vez, a oportunidade de participar do Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo. O evento, que já está em sua sétima edição, foi realizado entre os dias 12 e 14 de julho na Universidade Anhembi Morumbi- Campus Vila Olímpia, São Paulo.

Nessa postagem, compartilho com vocês a primeira parte das minhas anotações durante o congresso. O objetivo não é fazer uma cobertura oficial do evento, mas permitir apenas o compartilhamento de informações e dicas de jornalismo. Como se fosse um bloquinho de anotações. 

O bê-á-bá do Excel, por José Roberto de Toledo


  • Toda fórmula no Excel começa por um sinal de igual (=). O sinal deve vir colado ao comando seguinte. Exemplo: =média
  • Fórmula sobre o cálculo de variação porcentual de uma coisa sobre a outra: =N/n-1. Onde N é o número mais novo; n o número mais velho e a barra (/) corresponde ao sinal de divisão.
  • Mediana: ponto médio de intervalo entre dados.
  • Quando a média de algo é maior que a mediana significa que há pessoas/ elementos fora da curva, puxando a média para cima.
  • Estatística dedutiva: quando se analisam dados de todo ou universo. Exemplo: Censo.
  • Estatística inferencial: baseada na teoria das probabilidades. Induz resultados para o universo a partir de uma amostra limitada. Exemplos: pesquisas de opinião.
  • Estatística descritiva: medidas de tendência central. Objetivo: encontrar um número único que resuma e represente o intervalo de dois valores. Exemplos: média, mediana e moda.
  • Média: valor mais representativo de toda uma massa de dados. Facilmente influenciada por valores extremos (pontos fora da curva).
  • Mediana: Muito usada pelo locutor de rádio. Por exemplo: A bola está no campo de ataque do time A. Não é afetada por valores extremos. 
  • Moda: só é um bom indicador da tendência central se houver apenas um valor dominante.
  • Medidas de dispersão: tamanho da diferença em relação à média.
  • Amplitude da mostra: maior valor menos o menor valor.
  • Os números, bem torturados, revelam qualquer coisa. Atenção para a manipulação.
  • Site interessante para obter dados sobre a população brasileira e, de quebra, treinar mexer em planilhas: www.sidra.ibge.gov.br
Jornalismo narrativo, por Sérgio Vilas-Boas

  • Praticar jornalismo narrativo (ou literário) é diferente de estudá-lo.
  • Ficção não é sinônimo de mentira, nem tem a ver com técnica. É uma questão de caráter.
  • Narrativa é todo e qualquer discurso capaz de evocar um mundo concebido como real, material e mental situado em um espaço determinado. 
  • Story é o arco de movimento através do tempo e do espaço que dá unidade às ações e um sentido.
  • Jornalismo narrativo: reportagem de imersão sustentada por um sólido trabalho de campo e escrita apurada. Indicado para matérias especiais (fora da agenda), mas também no dia-a-dia, em alguns casos. Sua finalidade é transmitir a vivacidade das experiências das pessoas em relação ao assunto central, incluindo as experiências do próprio jornalista, quando cabíveis.
  • Uma pauta deve ser construída com base em nomes e pessoas. Não é possível fazer jornalismo narrativo sem personagens. O próprio autor é, às vezes, personagem. 
  • Personagens não são apenas complementos ("aspas"). Eles são a razão de ser da reportagem.
  • Uma narrativa não é um relatório, um dossiê. É uma construção de dados.
  • No jornalismo narrativo, o trabalho de campo é decisivo e não a beleza do texto. 
  • O jornalista deve conquistar a confiança do outro, do entrevistado. Converse mais, entreviste menos. O jornalista também deve estar preparado para responder perguntas e não apenas fazê-las.
  • "Não tem como saber como é ser gari vestindo-se assim. O problema do gari só ele sabe".
  • Choques culturais devem ser evitados. Não batemos boca com as pessoas por mais estranho que a resposta possa aparecer.
  • Não dá para fazer um perfil sem entrevistar o principal personagem. Só o Gay Talese conseguiu isso. Ninguém conhece outro exemplo.
  • O autor é quem seleciona o tema, o protagonista e os coadjuvantes. Sua vivência com o tema/assunto escolhido determina o "volume" da sua participação (declarada) na história. O autor sempre é, no mínimo, um coadjuvante.
  • Os relacionamentos são entre iguais. Você não é superior nem inferior a ninguém.
  • "Achar que alguém é o máximo é um preconceito. Ninguém é o máximo".
  • Raciocine narrativamente o tempo todo. Não existe a hora de escrever. A hora de escrever é a hora em que você teve a ideia.
  • Formule perguntas curtas, claras e respondíveis. Não fazer pergunta "roda viva".
  • Perguntas não devem conter juízo de valor em hipótese alguma. 
  • Digite/ processe as pesquisas bibliográficas na hora. Elas podem não estar disponíveis depois.
  • Temperamento de quem faz jornalismo literário: pessoa com visão crítica da mídia que esteja sempre pesquisando e estudando.
  • O protagonista do jornalismo literário é sempre humano.
Jornalismo popular: serviço, crime e brinde, por Paulo Oliveira e Rogério Maurício

  • O Dia: fundado em 1951 por Ademar de Barros, jornal popular mais antigo. Fazer do jornal um palanque.
  • Notícias Populares em SP: proposta política diferente. Jornal popular que não falasse de política.
  • "Jornais populares contribuíram para o desenvolvimento da imprensa. Todo jornal clássico hoje se popularizou".
  • Década de 80: mudança n'O Dia, que é vendido e se qualifica. O Globo lança O Extra para impelir crescimento d'O Dia.>
  • Dos 20 jornais mais vendidos de acordo com o IVC (Instituto Verificador de Circulação), 11 são populares.
  • Jornais mais vendidos: Supernotícia (MG) com  mais de 313.000 exemplares.
  • Venda avulsa (nas bancas)  dos principais jornais tem diminuído.
  • "Jornais clássicos são muito subsidiados".
  • Nas assinaturas, os jornais clássicos se impõe. A maior parte dos jornais populares não tem assinatura pois o custo logístico (transporte, etc) não compensaria o preço. A distribuição acabaria aumentando o preço do jornal.
  • "Jornal que vende em banca tem que se mostrar útil ao leitor todo dia".
  • Em cada estado, os jornais populares têm um DNA diferente.
  • "Jornal popular é que nem agricultura. Joga a semente, dá adubo. Só colhe os frutos 3 anos depois".
  • Belo Horizonte era a penúltima capital em leitura de jornais. Hoje é a segunda, atrás de Porto Alegre.
  • Super notícia ficou 3 anos só pegando e reproduzindo matérias de outros veículos. Hoje, são cerca de 150 jornalistas na empresa em 3 redações. 
  • Super notícia começo a despontar em 2004.
  • Super notícia ainda dá prejuízo. O jornal custa R$0,25. O retorno é em publicidade.
  • Venda de jornais no ano passado cresceu 3%. Venda de jornais populares cresceu 10%.
  • Segunda e quinta são os dias que mais vendem jornais por conta da cobertura dos jogos de futebol do dia anterior.
  • Classe C é dominante em Belo Horizonte. 72% dessas pessoas leem jornal.
  • Super notícia é o mais vendido nas classes B, C e D. 
  • Super notícia começou com promoções: de carrinhos, de eletrodomésticos... Não tem seção de política e economia.
  • "Pobre adora ganhar coisa. E rico também".
  • "O problema não é só de preço, é de público".
  • Antigamente, as pessoas mais pobres tinham vergonha de ir nas bancas. Agora, o Super notícia vende em padaria, sacolão, etc.
  • "Hoje, a promoção não incrementa tanto as vendas do Super. Pessoas criaram o hábito".
  • "Número de vendas de um jornal não diz respeito a qualidade do trabalho do jornalista".
  • "Jornal popular é um tradutor. Tradução permanente para uma linguagem mais simples, em menos linhas".