terça-feira, 19 de novembro de 2013

Melhores do Brasileirão 2013

O campeonato Brasileiro não acabou, mas já se conhece o campeão (Cruzeiro) e um dos rebaixados (Náutico). Os principais sites de esporte do país já começam a fazer listas com os destaques da competição. Assim como foi feito no primeiro turno, confira aqui os melhores nos troféus Armando Nogueira e Bola de Prata além de uma pequena análise.

Será que há três rodadas do fim, temos uma boa seleção? E quem é o craque do campeonato?


Goleiros:
Troféu Armando Nogueira
  • Fábio (Cruzeiro) – 6,69
  • Jefferson (Botafogo) – 6,52
  • Aranha (Santos) - 6,47
Bola de Prata
  • Fábio (Cruzeiro) – 6,37
  • Jéfferson (Botafogo) – 6,30
  • Renan (Goiás) – 6,14
Lateral direito:
Troféu Armando Nogueira
  • Mayke (Cruzeiro) – 6,23
  • Ayrton (Vitória) – 6,16
  • Sueliton (Criciúma) – 6,15
Bola de Prata
  • Mayke (Cruzeiro) – 6,03
  • Leonardo Moura (Flamengo) – 5,88
  • Luís Ricardo (Portuguesa) – 5,78
Zagueiro:
Troféu Armando Nogueira
  • Rodrigo (Goiás) – 6,42
  • Dedé (Cruzeiro) – 6,37
  • Gil (Corinthians) – 6,28
  • Manoel (Atlético-PR) – 6,27
  • Bruno Rodrigo (Cruzeiro) – 6,22
Bola de Prata
  • Rodrigo (Goiás) – 6,10
  • Dedé (Cruzeiro) – 6,07
  • Rodrigo Caio (São Paulo) – 6,02
  • Gil (Corinthians) – 6,01
  • Rhodolfo (Grêmio) – 6,00
Lateral esquerdo:
Troféu Armando Nogueira
  • Carlinhos (Fluminense) – 6,09
  • Juan (Vitória) – 6,00
  • Danilo Tarracha (Vitória) – 6,00
Bola de Prata
  • Alex Telles (Grêmio) – 5,84
  • Carlinhos (Fluminense) – 5,76
  • Júlio César (Botafogo) – 5,70
Volantes:
Troféu Armando Nogueira
  • Lucas Silva (Cruzeiro) – 6,47
  • Elias (Flamengo) – 6,45
  • Nilton (Cruzeiro) – 6,39
  • Ralf (Corinthians) – 6,27
  • Júnior Urso (Coritiba) – 6,25
Bola de Prata
  • Nilton (Cruzeiro) – 6,21
  • Elias (Flamengo) – 6,05
  • Lucas Silva (Cruzeiro) – 5,94
  • Ralf (Corinthians) – 5,92
  • Serginho (Criciúma) – 5,92
Meias:
Troféu Armando Nogueira
  • Éverton Ribeiro (Cruzeiro) – 6,75
  • Paulo Baier (Atlético-PR) – 6,68
  • D'Alessandro (Internacional) – 6,59
  • Alex (Coritiba) – 6,49
  • Juninho (Vasco) – 6,45
Bola de Prata
  • Éverton Ribeiro (Cruzeiro) – 6,52
  • D'Alessandro (Internacional) – 6,34
  • Seedorf (Botafogo) – 6,31
  • Montillo (Santos) – 6,38
  • Cícero (Santos) – 6,15
Atacantes:
Troféu Armando Nogueira
  • Walter (Goiás) – 6,81
  • Fernandinho (Atlético-MG) – 6,55
  • Diego Tardelli (Atlético-MG) – 6,51
  • Gilberto (Portuguesa) – 6,50
  • Marcelo (Atlético-PR) – 6,48
Bola de Prata
  • Walter (Goiás) - 6,45
  • Diego Tardelli (Atlético-MG) – 6,10
  • Jô (Atlético-MG) – 6,05
  • Fernandinho (Atlético-MG) – 6,03
  • Gilberto (Portuguesa) – 6,02
Craque:
Troféu Armando Nogueira
  • Walter (Goiás) – 6,81
  • Éverton Ribeiro (Cruzeiro) – 6,75
  • Fábio (Cruzeiro) – 6,69
  • Paulo Baier (Atlético-PR) – 6,68
  • D’Alessandro (Internacional) - 6,59
Bola de Prata
  • Éverton Ribeiro (Cruzeiro) – 6,52
  • Walter (Goiás) – 6,45
  • Fábio (Cruzeiro) – 6,37
  • D'Alessandro (Internacional) – 6,34
  • Seedorf (Botafogo) – 6,31
Minha seleção:

  • Jéfferson (Botafogo)
  • Myke (Cruzeiro)
  • Manoel (Atlético-PR)
  • Dedé (Cruzeiro)
  • Alex Telles (Grêmio)
  • Nilton (Cruzeiro)
  • Elias (Flamengo)
  • Éverton Ribeiro (Cruzeiro)
  • Walter (Goiás)
  • Diego Tardelli (Atlético-MG)
  • Hernane (Flamengo)
Observações:
Troféu Armando Nogueira
  • A seleção ficaria assim: Fábio, Mayke, Rodrigo e Dedé, Carlinhos; Lucas Silva, Elias, Éverton Ribeiro, Paulo Baier; Walter e Fernandinho.
  • Dos 11 melhores, quatro jogadores têm passagens pela Seleção Brasileira principal (Fábio, Dedé, Carlinhos e Elias), mas apenas Dedé teve (poucas) chances com Felipão.
  • O Cruzeiro é o clube com mais representantes entre os melhores: nove. Se fôssemos escalar a seleção do campeonato com 11 jogadores no esquema 4-4-2, cinco jogariam na Raposa.
  • O segundo clube com mais indicações é o Atlético-PR com três, mas apenas um deles (Paulo Baier) seria titular na seleção do campeonato.
  • Em relação à seleção do primeiro turno, há bastante mudança. Apenas Mayke, Carlinhos, Elias e Walter se mantiveram entre os melhores em suas posições. Nos dois primeiros casos, os atletas jogaram menos no segundo turno.
Bola de Prata
  • A seleção seria assim: Fábio, Mayke, Rodrigo, Dedé e Alex Telles; Nilton, Elias, Éverton Ribeiro, D'Alessandro; Walter e Diego Tardelli. Há quatro diferenças em relação à do troféu Armando Nogueira.
  • O Cruzeiro é novamente o clube com mais indicações: seis. Na seleção no 4-4-2, cinco atletas da equipe campeã seriam titulares.
  • O Atlético-PR não tem nenhum indicado entre os melhores
  • Botafogo e Goiás têm três indicações cada. No caso do alvinegro, nenhum seria titular, enquanto no esmeraldino seriam dois.
  • Cinco jogadores se mantêm na seleção desde o primeiro turno: Alex Telles, Nilton, Elias, Éverton Ribeiro e Walter.
Outras
  • O Cruzeiro não tem laterais-esquerdos e atacantes indicados em nenhuma das duas premiações. 
  • O artilheiro do campeonato, Éderson, não aparece em nenhuma das duas listas. Dos que mais marcaram gols, estão na lista apenas Gilberto e Walter.
  • As notas no Bola de Prata são mais rigorosas.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Os verdadeiros interesses dos grandes eventos esportivos

Follow the money. A famosa frase imortalizada por Garganta Profunda no filme “Todos os homens do presidente” é uma lição que os jornalistas Lúcio de Castro, Andrew Jennings e Rob Rose aprenderam após anos de investigações esportivas.
Na palestra realizada nesse sábado no auditório Del Castilho, na Conferência Global de Jornalismo Investigativo, Lúcio de Castro contou detalhes de como investigou, em 2009, o então presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira. “Todos os caras assim têm um homem de finanças por trás. Faltava descobrir quem era esse cara”.
Após uma extensa pesquisa que envolveu a consulta de documentos na Justiça e em juntas comerciais, o jornalista da ESPN Brasil descobriu que o “cara” era Claudio Honigman. Com a ajuda de uma ex-mulher do empresário, Lúcio mapeou o esquema armado pelo ex-presidente da CBF e as empresas de Claudio. “Ricardo Teixeira era sócio dessas empresas e se beneficiava do dinheiro que a seleção brasileira ganhava”.
Recentemente, Lúcio também investigou as participações das empreiteiras nas obras no Maracanã. “O que mais me chamava a atenção é como um patrimônio histórico tombado pode ser modificado sem a autorização da Presidência da República”, algo que é proibido por lei.
As intervenções na estrutura do estádio foram permitidas graças ao ex-superintendente do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico Nacional) Carlos Fernando de Souza Leão Andrade. Após sair do instituto, Carlos recebeu um cargo no governo do Estado, o que teria facilitado a sua atuação na obra que custou mais de R$ 1,2 bilhão. “O que aconteceu na reforma do Maracanã foi um crime. A história foi silenciada. Isso mostra as forças das empreiteiras no Brasil”, desabafou Lúcio de Castro.

Estouro no orçamento é uma situação também conhecida por Rob Rose, jornalista sul-africano do Sunday Times. “A Copa na África do Sul custou mais de US$ 3,5 bilhões. Mas o que ficou de legado para o país? Não muito.”

Rob Rose fez duras críticas à Fifa e a forma como a entidade atua nos países que recebem a Copa do Mundo. “A Fifa controla a Copa como se fosse a mão de Deus. Como se tivéssemos que ficar muito gratos por sediar o evento.”
O estádio de Green Point, na Cidade do Cabo, na África do Sul, foi citado como exemplo de elefante branco construído por exigência da federação. “É um lugar lindo, mas no meio do nada. Mas Blatter (presidente da Fifa) queria um estádio ali.”

Para Andrew Jennings, escocês que em 2006 lançou o livro “Jogo Duro” contando os esquemas de corrupção da Fifa, é preciso voltar ao processo de construção dos estádios para entender melhor a história. “A mentira vem desde o início.” O repórter lembra que, no começo, profissionais estimaram os custos das obras. “A pessoa sabe o preço de tudo: encanamento, torneiras. Mas o que aconteceu com esse custo?”, indaga ele.
É nesse ponto que entra o trabalho do jornalista investigativo para Andrew. Ele, que demorou nove anos até conseguir provas concretas sobre a corrupção na Fifa, defende que os próprios profissionais de imprensa brasileiros passem a investigar as entidades do país. Ao ser indagado durante a palestra, por exemplo, sobre as atuais relações entre a CBF e a Fifa, o escocês deu um recado. “Esse é o trabalho de vocês aqui (no Brasil).”

domingo, 3 de novembro de 2013

Terceiro round


Ele era um dos lutadores de boxe mais reconhecidos de sua época. Mas ultimamente tinha perdido espaço nos jornais e no coração dos fãs do esporte com a ascensão de novo grupo de lutadores, fortes e jovens que sabiam muito bem usar a mídia ao seu favor.

Buscava recuperar o tempo e o espaços perdidos e mostrar que, sim, ainda tinha fôlego mesmo diante de todos os problemas que tinha enfrentado nos últimos meses. Para isso, tinha uma luta marcada que seria a chance que precisava para voltar de vez.

Só ele e pouquíssimas pessoas de sua família sabiam de todos os problemas recentes que tinha enfrentado. Ele poderia ter ido a um canal de TV contar o que estava acontecendo. O mesmo canal de TV que tantas vezes mostrava suas lutas e corria atrás dele quando ele vencia. Mas ele preferiu ficar calado.

A nova luta era uma grande oportunidade para esquecer todo o passado, deixar os problemas de lado e recuperar a confiança. Estava até retomando o ritmo dos treinos.

No grande dia, um certo nervosismo tomava conta dele. Ainda frio e nervoso a luta começou. O primeiro golpe veio rápido. Ficou tonto, viu o mundo girar e as arquibancadas embaçadas. Só depois conseguiu se recuperar e voltou à luta.

Aos poucos o nervosismo foi passando e os golpes começaram a entrar. O adversário balançou. Na sua cabeça, ele relembrava os bons tempos em que era dono do cinturão. Era forte, jovem e julgava-se invencível. "Por que não poderia ser assim novamente?"

No momento em que estava nais confiante e melhor na luta, tomou um novo golpe. Na cara. Caiu no chão. Não tinha visto aquele direto passar. "Onde estava com a cabeça naquela hora?"

Tonto e sem saber exatamente o que acontecia, voltou mais uma vez para a luta. Agora com a cara já inchada e ensaguentada.

No terceiro round, ele beijou a lona. Não pensou nada. Estava desacordado. Quando finalmente retomou a consciência e voltou a si, não havia mais luta. Escuro. Estava no hospital.

Ele não era mais o alvo dos flashes e dos gritos da torcida. Os jornais contam que o terceiro golpe foi fundamental para o nocaute. Mas para ele o que mais doeu não foi o soco, o rosto, as pernas ou  o fim. A maior dor era ver que estava sozinho em um quarto de hospital depois de tudo aquilo que tinha vivido. Sem ninguém perguntar por ele.